terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Faith the Dog! (rascunho antigo)

...este foi um post que não publiquei na altura, não sei bem porquê. Lembro-me que estava num dia muito negro... Enfim, cá fica:

"Que história....... tanto a aprender!


Website: www.faiththedog.info

Futuro Tecnológico



...eu acho que ainda é pouco... pelo que já se vê por aí!! lol

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A propósito... Só de Sacanagem!



texto de Elisa Lucinda, lido por Ana Carolina.

The Coffee Party, There's a War going on!



Não quero ser naïve, mas... gostava que alguém em Portugal conseguisse sequer pôr a hipótese de fazer um discurso assim. É uma das razões que me faz gostar dos EUA... pelo menos ainda se consegue acreditar que alguma mudança aconteça, que não estamos sós, que não temos de nos conformar ao status quo ("toda a gente é assim, não vale a pena tentares tu mudar... aproveita como os outros, pra não seres parva...")!!!
Fuck this narrow lusitanian way of being... this is what makes me sick.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

infinito

Eu não quebro. Não escolho. Sou infinita.
Estico. Chego lá. Desmultiplico-me.
Não vejo o meu fim e há muito não conheço o meu princípio.
Estico. Estico.
Já não tenho espessura, contornos, dimensão presente.
Já não tenho cor. Tornei-me translúcida. E ainda estico.

Sempre fui de plasticina. Mas hoje já nada se molda em mim, como antes. Hoje tenho apenas duas dimensões.
Não quebro. Não escolho.
Estico, chego lá.
Já não existo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tennessee Williams...


"É apenas no seu trabalho que um artista consegue encontrar a realidade e a satisfação, uma vez que o mundo real é menos intenso do que o mundo inventado e, consequentemente, do que a sua vida.
Sem se recorrer a um distúrbio intenso, nada parece muito substancial. A condição certa para ele é aquela em que o seu trabalho não só é conveniente como também inevitável."
...
"Assim que uma pessoa se apercebe inteiramente do vazio de uma vida sem contenda, passa a estar munida dos meios de salvação básicos. Assim que nos apercebemos desta verdade, que o coração de um homem, o seu corpo e a sua mente, são forjados num forno branco de fundição quente para efeitos de conflito (a luta da criação) e que, quando o conflito é removido, o homem é como uma espada que corta malmequeres, e que não é a privação mas o luxo, que está no papel do lobo atrás da porta e que as presas deste lobo são todas as pequenas vaidades e conceitos e desleixos (...)"

Tennessee Williams, "Where I Live: Selected Essays", 1978, citado no programa de "Um Eléctrico Chamado Desejo", em cena no Teatro Nacional D. Maria II.

Semear e plantar árvores: mãos à obra!!

Gente a bulir pra termos mais árvores em Portugal. Parece-me bem! Quero ir!!! :-)

"A Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Quercus e com o apoio do Movimento Cívico Limpar Portugal, juntaram-se para fazer da Floresta Autóctone Portuguesa uma grande causa para os próximos 100 anos."


criarbosques.wordpress.com

"...diversas iniciativas de reflorestação que irão ter lugar ao longo deste Outono.
Também podem e devem organizar no seu lugar, freguesia ou concelho, iniciativas independentes, de sementeira ou plantio,de espécies autóctones, árvores e arbustos originais da flora portuguesa. Mãos à Obra!!"



Paulo Pimentel Torres, na sua página do Limpar Portugal, sugere a consulta da publicação “Da semente se faz a árvore ,Reprodução por semente de árvores e arbustos autóctones” disponível no blog Criar Bosques (criarbosques.wordpress.com/da-semente-se-faz-a-arvore/)

E termina com uma citação que me fez todo o sentido...
“Um homem terá pelo menos dado a partida para a descoberta do sentido da vida humana quando começar a plantar árvores frondosas sob as quais sabe muito bem que jamais se sentará” (D. Elton Truebloo)

Update - novo site! http://bosques.centenariorepublica.pt

Para as iniciativas da sociedade civil (pessoas individuais, colectivas, privadas ou públicas) não é possível fornecer árvores dos viveiros do projecto, devendo os promotores encontrar outros fornecimentos de árvores ou recolher bolotas e proceder à sementeira conforme as instruções que constam no livro "Da semente se faz a árvore".
Já tenho uma! :-)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

The Story of Stuff: a cadeia de produção vista de forma simples mas global



Este é Brutal!!! :-) Tão simples, tão bem visto e bem explicado!!

Aquecimento Global: Meat the Truth



Uma das causas do aquecimento global, responsável por 18% dos gases emitidos.
Vou tentar descobrir material sobre as outras... pra ter noção das proporções e pensar nas estratégias possíveis! :-P

Aquecimento Global: Uma Verdade Inconveniente


É só um excerto, e não inclui informação sobre as causas do Aquecimento, mas... fica a nota!
...
Achei uma palestra do Al Gore. Talvez aqui dê pra ver...... mas agora não tenho tempo, já volto. :-)

domingo, 26 de setembro de 2010

Start Now!!

Há dias,um blogger inspirou-me bastante. Diz ele que "The difference between a great idea and successful idea is to start it." Acho que tem razão! ...muitas vezes sinto-me impotente, expropriada do meu próprio tempo e vida em prol de compromissos assumidos que me consomem mais do que esperava, ou em prol de prazeres que por vezes se tornam obrigações, ainda que as faça com prazer (se é que isto faz sentido).
Continuo à bulha com esse sentimento estúpido, mas comecei a fazer-lhe mais ouvidos moucos e a investir um pouco mais no que me emociona e me faz bater o coração. Por mais estúpido ou irracional que possa parecer. Porque preciso de me manter viva.

Fica o exemplo dele, para quem possa precisar de inspiração para seguir os seus sonhos e acreditar que a felicidade é possível.
http://www.designerfreelance.net/start-now/

Ninho de Chapim-Real :-)

Vê-se o vento passar, o sol rodar de manhã à noite, a humidade acumular-se e secar... mas desde que descobri esta câmera nunca lá vi pássaros. As crias tinham deixado o ninho em meados de Junho... sempre pensei que continuassem a vir lá dormir, mas afinal não! Espero que alguém volte a pôr lá ovinhos... mais que não seja, na Primavera! ...até lá, aqui fica para ir verificando... :-)

http://lisboaverde.cm-lisboa.pt/index.php?id=6366

Até lá eles dizem que vão fazer uma compilação dos melhores momentos... se a descobrir por lá, blogo outra vez! :-)

sábado, 4 de setembro de 2010

um que saíu...

...estranhamente, depois de andar há dias a escrever por dentro sem conseguir sequer pensar em sentar-me e colocar a voz no papel, eis que no meio de um telefonema ela me surge na ponta dos dedos. Desliguei e agarrei no teclado. Saiu assim:

Agarro uma lâmina com a mão direita e começo. Delineio o músculo do antebraço, a roçar a pele… os pelos eriçam-se levemente, um suspiro e controlo a excitação do momento. Começo pela mão esquerda. Sempre comecei ali, onde parece haver uma pequena pega, um ressalto provocado pelos ossos do mindinho nas costas da mão. Cravo fundo e faço a lâmina deslizar. Separo essa parte da mão. Depois contorno a cabeça do osso do braço, escavo essa espécie de berlinde anatómico e ponho-o a rolar sobre a mesa. Claro que não há sangue, o som é clean, orgânico, osso sobre madeira, nada mais. Continuo, já mais confiante. Nem acredito que consegui fazê-lo, consegui cortar.
No braço as coisas complicam-se. As emoções já jorram de novo, o sangue aparece. Tento traçar uma linha simples, pura, mas não encontro o lugar certo e vou cravando sulco após sulco até ter um monte de tiras finas de carne e pele e vermelho e branco, tudo empapado. Desisto e tento acordar. Volto ao início.

Se calhar as coisas não resultam porque a lâmina não é real. A dor não é real. Então não se sobrepõe ao resto. Um pequeno sobressalto, um momento de silêncio e calma, mas depois volta tudo como antes.
Há uma espécie de fronteira invisível, um “imperativo moral” que mo proíbe. Na realidade, agora que penso nisso, tenho muitos desses… nada a haver com a moralidade religiosa que habitualmente se veicula nas nossas sociedades, esta é uma moral só minha, e estúpida na maioria dos casos (embora não neste). “A Sara é verdadeiramente amoral” diziam, antes. “Não é imoral, porque ela de facto não acredita que esteja a fazer nada errado, esse conceito de moral não existe dentro dela!”
Era a Maria a explicar-me aos outros. Não que alguma vez tivesse adiantado alguma coisa... Mas sinto saudades disso. De ser lida, de ser “objecto de estudo”. Foi a forma de vida mais próxima de mim que alguma vez senti. Um olhar directo, despudorado, a tentar ir fundo, a tentar perceber (ainda que o fizesse por si e não por mim, claro). Parece que me habituei a essa interacção com o Outro. Acho que ajudava.
Volto aos cortes. O peito já não aperta tanto, mas ainda não vou conseguir sair disto se não me doer qualquer coisa. Enfio a unha na carne da perna. Forço a entrada.
Descubro que a escrita torna ineficaz o tratamento. Quando escrevo, o golpe acontece sempre! Indolor, observo o dedo mindinho enfiar-se pela coxa dentro, sinto o calor tenro da carne, macia, que me suga como uma boca lânguida e entorpecida. Retiro o dedo, a ferida fecha. Fecho os olhos, volto a senti-la. Volúpia. Perigo.
Tenho que sair daqui.

Nuno Xico Best Of


Winner of the Gold Prize for BEST FILM at the NEW YORK FESTIVAL.
Director: Marina Simões Edited by: Nuno Xico

União Zoófila "Funeral" from nunoxicO on Vimeo.








Director: Henrique Escamilha Edited by: Nuno Xico


Edition, motion graphics and animations: Nuno Xico (and they Really saved the video!)

(... you better go to his page and see for yourself... Tem Buéééééés que não dão para fazer embed aqui!!! :-) www.nxico.com )

Depois, claro, há as animações do Lemon Show...



http://www.youtube.com/user/Thelemonshowpage

And I also LoOoOove these Vacation videos made entirely with photos (more than 7000 of them!)!!

Give it to me in Germany from nunoxicO on Vimeo.


Get Me Off in Barcelona from nunoxicO on Vimeo.


Já agora, o blog é: nunofranciscovisuals.blogspot.com

Cannondale Dutchess prototype bike

...fiquei apaixonada!! Nesta sim, acho que conseguia andar!! ...mais que não fosse lá nas planícies Holandesas... :-)

www.designboom.com

Uma explicação mais sucinta, do site: www.psfk.com

"...designer Wytze van Mansum took a look at the traditional Dutch commuter bike and got inspired to create a modern version with tons of interesting new functional ideas. Mansum chose to design the bike specifically for women and improve the usability and riding experience based on their needs.

Mansum worked in collaboration with Cannondale to produce the prototype called the ‘Dutchess’. The bikes swooping top tube that curves back to support the fender and luggage rack adds both a distinctive look and also allows the rider to get on and off easier. Mansum didn’t stop there, practically every part of the bike was rethought and improved.

- The bike in total weighs under 14kgs and this is apparently a tradition with Cannondale.
- Gearing and transmission are fully enclosed, allowing the bicycle to be ridden in formal clothing and at any speed.
- The hub brakes are self-adjusting to compensate brake pad wear and since the brake lines are integrated into the frame, they can double act as wheel locks by folding the levers into the handlebars.
- Adjustable handlebars allow for different riding positions and can be folded together for easy storage or used for locking the bicycle securely to a fixed object. - Both the headlamp and the taillight are integrated.
-The concept also contains a modular luggage solution, kickstand and a pedal assist, but these were not yet incorporated in the prototype.
Watch a video about the bike below:

Wytze's graduation project for Cannondale from Eelke D. on Vimeo.


Bom, ok, tinha que subir mais o guiador... ainda se vai muito deitada nas mãos! lol
"Amanhã" a ver se exploro estes sites: www.joe-bike.com e www.organicbikes.com :-)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ESTE É QUE ERA!! Bairro Alto Morning...

Este é que era o vídeo que o NXico partilhou!!! É Delicioso... Aquele trabalho de foco-desfoco, aquele hesitar da câmera... Gosto Muito!!! :-) E ajusta-se mesmo bem ao despertar do Bairro e da cidade, depois da noitada...

Bairro Alto Morning from mattquann on Vimeo. Vale a pena espreitar outras coisas deste senhor...


...e vale MESMO a pena espreitar as coisas do Nuno Xico, isso sim!!! :-)
nunofranciscovisuals.blogspot.com ou www.nxico.com
Eu já posto um "best of", logo que possa... agora tenho que ir com a Eva à Acupuntura, e nem sei como, que nem abro bem os olhos das dores de cabeça (desde Domingo e não há meio de passarem!! Ontem estava a melhorar, hoje voltei ao mesmo, parece que me arrancam os olhos por dentro! :-P ...umas marretadas no crânio, talvez ajudassem... já não sei que mais fazer!!!)

Marrakech - vídeo partilhado por Nuno Xico :-)

Já há algum tempo o Nuno Xico tinha partilhado este vídeo no Facebook, e fiquei fã. Agora, que os preparativos apertam e a partida se aproxima, apeteceu-me revê-lo... Aqui fica.

Marrakech Morocco from mattquann on Vimeo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Frustrações e coisas afins...

Fabulosa colecção de anúncios da Timberland:

Mais sobre a campanha, e mais imagens.
Ainda um dia hei-de compor também a minha visão destes monstros urbanos. Ajuda a caçá-los melhor! :-) Venham daí as botas...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Motofonia!

...e por música, descobri ontem umas novas andanças do Fernando Mota, que eu tanto admiro... Aqui ficam! :-)

Curiosamente com fotografia da Susana Paiva... :-)

...e pra quem é de Vímeo: motofonia no vímeo
As Saudades magoam mesmo...

Oren Lavie no YouTube

...tantas músicas!!

A Dream Within a Dream

The Man Who Isn't There

Don't let your hair grow too long

And so on... Tem imeeensas lá!!! :-)

+ Interview! :-)

And now for something... totally inspiring!!!

Agarra-se nos Daydreams da bebé, junta-se-lhes uma história e uma música... et voilá, um vídeo em stop-motion BRUTAL! ...

...e ainda uma exposição fotográfica world-wide e a oportunidade de agarrar um frame deste acontecimento!!! :-) Wow... que ideia genial!!!

...mas não acaba aqui!! O homem não pára de me surpreender! . . . . . . .
Site FaBuLoSo, sob a forma de... livro!!! Quase palpável... Lindo!! :-)
Enjoy!! :-)

PS - Achei que devia dizer... que também gosto da música, claro... lol
PS2 - Thank You to Cheryl Chu que postou o vídeo! :-)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

The reason why they are so much better

http://www.kennedy-center.org/education/artsmanagement/aic.cfm

Arts in Crisis: A Kennedy Center Initiative
The initiative is a response to the nationwide economic downturn and its threat to arts organizations throughout the United States. The current economic climate has reduced earned and contributed income, decimated endowments, and has left many organizations struggling for survival. The program, open to non-profit 501(c)(3) performing arts organizations, provides free and confidential counsel in fundraising, board management, budgeting, marketing, and other areas pertinent to maintaining a vital performing arts organization during a troubled economy. Kennedy Center senior staff and a network of senior arts managers from around the country volunteer their time to serve as confidential mentors, assisting imperiled organizations through e-mail, phone calls, and in-person visits. Since its inception in February 2009, the initiative has consulted 760 organizations with the volunteer services of nearly 140 mentors.


E não há-de uma pessoa querer imigrar?!! :-)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Afinal do que eu me lembrava era deste!!

...também divulgado pela Marar...



...mas afinal não foi cá.

http://improveverywhere.com/2009/10/20/grocery-store-musical/

I wanna go live in NY!!!!!!!! :-)
O Flashmob da Ópera fez-me lembrar uns outros que encontrei via Marar (no Facebook). Sim, porque também se faz disto em Portugal! :-)
...por acaso não estou a encontrá-los...

O último projecto divulgado pela Marar:
http://prediosquefalam.marar.eu/

:-) Vale a pena espreitar, não é?

http://www.marar.eu/

E este foi o projecto divulgado pela Marar que me deu a conhecer a empresa:

“Algo tão simples como a diversão é a a forma mais fácil de alterar o comportamento das pessoas para melhor.”

Uma teoria proposta pela Volkswagen. Que para além de a propor, apresenta 3 exemplos em que claramente isso acontece.

De todos os exemplos gosto particularmente de O caixote do lixo mais fundo do mundo.

Aos exemplos e à teoria, a Volkswagen junta ainda um concurso onde desafia quem quiser a apresentar hipóteses que comprovem a teoria.

Já desafiei a nossa equipa a submeter uma ideia Marar. Acho que faz todo o sentido.

Todo o nosso trabalho tem uma componente fun, por acreditarmos que a animação permite uma comunicação mais clara e sem barreiras.

Veremos a nossa capacidade de responder a este desafio e qual o resultado.

Depois partilharei.

Para quem quiser visitar o site do concurso vá a http://thefuntheory.com/


Outras acções "The Fun Theory":





:-)

Eles são Mesmo Bons!!! :-D







Esta companhia tem Excelentes Actores!! Nunca tinha visto bons cantores de Ópera representar de forma tão natural e convincente... Ou será que ando "por fora" há demasiado tempo? Ontem vi o Coro do S. Carlos cantar Gershwin e outros musicais... e fiquei com vontade de voltar a ouvir musica clássica. Quando começa a temporada?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Explicação dos Chakras

:-) Mandou-me a Titá estes videozinhos... De facto estão simples e interessantes! Desde que não se leia a tradução e se ouça apenas a versão em inglês... :-/
Enjoy! :-)





segunda-feira, 21 de junho de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Logorama

Liiiiiiindo... a animação que ganhou o Oscar de Melhor Curta de Animação este ano. :-) Brutal crítica social... Gostei Muito!!



sexta-feira, 19 de março de 2010

Mais um exemplo de vídeo em Timelapse



Gosto mesmo do subtil movimento de câmara naquela filmagem da cidade... há-de ter sido 5mm a cada minuto!! :-)

domingo, 14 de março de 2010

Gostei do que ouvi!

Anaquim... Parece-me bem!! :-)

http://www.myspace.com/anaquim.info

O único vídeo que encontrei:


Mas vale a pena irem lá ao Myspace ouvir as outras faixas, tem algumas muito boas! :-)

Por alguém

Há uma história da minha infância que volta e meia me regressa à memória como as palavras não-ditas ou as asneiras feitas de que nos arrependemos para sempre. Até hoje, nunca tinha percebido porque é que tinha esse tipo de sentimento associado a este episódio. Foi assim:

Seria Primavera. O tempo estava quente mas não abrasador, andávamos de saias frescas e vaporosas a correr pelo largo, a jogar à macaca e ao elástico e à mamã dá licença e à barra do lenço. Foi pouco depois de o meu pai ter saído de casa, por isso devia ter ainda 8 anos.
Nesse dia havia até alguns rapazes a brincar connosco: estávamos perto da casa do Pedro e da Anita, mas as raparigas mais velhas não estavam connosco, pelo que as mais crescidas do grupo devíamos ser eu e a Elisa, logo seguidas pelo Pedro, o Serginho, a Sónia e mais um punhado de criaturas que já não sei quem seriam (com quem é que brincávamos numa escada de um prédio com elevador, a mandar as bonecas até ao 5º andar sozinhas para “irem às compras” ou “ao cinema”? Quem era a rapariga que tinha um avô com uma garagem lá no largo, à porta da qual jogávamos às cartas no chão e onde eu cheguei a pintar um “jornal de parede”? É doloroso não me lembrar das pessoas que, noutras alturas, foram importantes…).
Sei que éramos uns 10 a brincar, tudo abaixo dos 8, 9 anos. Sei que era um jogo em que estávamos todos juntos, o que facilitou a que a coisa não tivesse sido mais grave. Ou talvez nem tivesse acontecido nada se eu estivesse sozinha, porque por mim não o teria feito… daí a memória persistente. Enfim, sei que não fui a primeira a ser chamada.
Era um carro escuro, diria até que de dois lugares e com a parte de trás fechada, tipo carrinha. O homem era sorridente e bem parecido, recordo-o de fato e gravata, risco ao lado no cabelo farto, não me pareceu minimamente “perigoso”. Chamou uma de nós, provavelmente a que estava mais perto, ou talvez tenha chamado apenas, sem intenção de escolha. Alguém fez menção de se aproximar, ele dizia “Toma, tenho aqui rebuçados para vocês, anda cá buscar!” e as outras crianças começaram a dizer “não vás, é perigoso! Não se deve aceitar nada de estranhos!” Eu não percebi porquê. O homem só queria dar-nos rebuçados! …a rapariga que inicialmente se preparara para lá ir hesitou, sem recuar, e o homem continuava: “São rebuçados! Anda cá buscar!” As vozes nervosas dos outros miúdos não desistiam: “Não vás!” e eu continuava a achar aquilo tudo uma estupidez. Portanto, fui. Lembro-me de sentir medo por causa dos gritos aflitos dos outros “Não vás, Sara, não vás!”, e o alarido acabou por fazer com que uma Avó chegasse à janela e começasse aos gritos também. Para afastar o meu medo, acho que me virei para trás, para eles todos, e disse “Não tenham medo! Estamos aqui no nosso largo, somos tantos, até a Avó do Miguel já está a ver… O que é que acham que pode acontecer? Vou só buscar os rebuçados para comermos todos! O sr. não faz mal!”
E fui, e ele deu-me os rebuçados, e eu voltei para o grupo, e o carro arrancou e nunca mais ninguém o viu. Mas ninguém quis comer os rebuçados depois disso, um silêncio sepulcral entre nós, entrecortado pela voz docinha da Elisa a dizer-me “Isso não se faz! É muito perigoso! Tive tanto medo por ti!” e finalmente a D. Berta, que tinha aparecido entretanto, levou o pacote inteiro sem deixar ninguém comer porque “podiam ter droga”. Acho que aos poucos toda a gente foi para casa, obrigados pelas avós ou mães alertadas pela cena, ou assustados demais para conseguirem continuar a brincar ali.

Mais tarde a minha mãe explicou-me o que podia ter acontecido, falou-me dos pedófilos, dos traficantes de droga (sim, eu não percebia porque é que, depois de me ter supostamente “arriscado tanto”, ninguém tinha podido comer o produto da minha intrepidez!), pediu-me que tivesse cuidado e não repetisse a cena sem avaliar bem as condições. “Porque lá porque conheces o espaço onde estás e tens contigo meia dúzia de amigos da tua idade e uma avó à janela, isso não impede ninguém de te puxar para dentro de um carro e arrancar!” A minha mãe respeitava a minha capacidade de raciocínio e de escolha, sempre respeitou (pelo menos enquanto eu era pequena).

Até hoje nunca percebi porque é que volta e meia me lembro deste episódio. Pelo risco? Por ter sido o centro das atenções? Por toda a gente ter achado que eu devia ter obedecido em vez de ir até lá?... Por não ter podido, afinal, comer e partilhar os rebuçados com a criançada? … Hoje, com a associação de ideias que despoletou a memória, a coisa “bateu-me”: eu fui lá buscar os rebuçados para Todos! Não era para mim, nunca fui grande gulosa, aliás os doces que me davam no Natal costumavam durar até quase ao Natal seguinte! Mas estávamos com os miúdos mais pequenos, e eu sabia que eles iam adorar aquilo. Guloseimas não era coisa que se visse muito ali no largo. Foi por eles que fui. Mas depois ninguém quis, toda a gente hesitou, acabámos por perdê-los para o medo imposto pela autoridade do adulto que apareceu. Arrisquei e perdi para o medo, embora tenha vencido o meu, e embora tenha saído incólume disso.

Continuo a ir a sítios onde as pessoas têm medo de ir, onde a sociedade diz “não vás”. Vou lá encontrar-me com pessoas, outras pessoas como nós, mas que para os deste lado são “os outros”, o arquétipo negativo, de onde nasce todo o mal da Humanidade. E hoje sei perfeitamente que é mentira. São só pessoas…
Outras vezes, vou apenas a sítios onde as pessoas não vão porque não lhes passa pela cabeça que existam. Agarro nas ideias e levo-as mais longe, viro-as ao contrário, penso “out of the box” como dizem os ingleses. E isso dá-me um gozo tremendo.
Mas, como antes, continuo a fazê-lo por Todos. Ou por alguém que me apresenta um problema, alguém que se queixa da vida, alguém que quer algo e não sabe como consegui-lo. Continuo a fazê-lo por alguém, nunca por mim.
E é por isso que essa memória não descansa em paz. É por isso que não consigo agarrá-la e guardá-la, porque me foge entre os dedos como areia, mas depois regressa sempre como pedra direita à minha cabeça. Para que eu perceba. Para que eu perceba, mas não sei o quê.

A Vida dói. Talvez não doa a todos, espero sinceramente que não. Mas este meu buraco interior, esta cratera, não fecha nem se enche com nada, não pára de me devorar a tranquilidade, não sossega… Quer que eu me ponha no centro – é um buraco do tamanho de mim! – e de facto é isso que faz sentido, uma pessoa viver no centro de si própria… Mas eu não consigo. Não, ainda não.