quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

The Urban Trap (antiiiiiiiiiiga!)

Foi escrita em Agosto do ano passado (!!) nas costas de um programa de actividades da Gulbenkian, depois de uma visita à exposição Fronteiras (de Arte Africana Contemporânea). Aqui fica, para não a perder.

The Urban Trap

Heavy breathing.
Paradise lost.
Faux-pas.
Bon sauvage.
Romantic longings.
All the myths are broken.
Nowhere else to go.
Mind trap.
No beliefs. No goals. No solutions. No aim. No point.
Overload.
Damaged.
Critic.
Catatonic.
Gone.
Or not?

I'm tired of dieing while not dieing.
Tired of this white light.
Acepsia.
Inaction.
Void.

I am an African.
Color.
Laughter.
Heat.
Mess.
Ochre dirt.
Teal blue and rust.
Sand and Sun.
Strength and blood.

I'm an African without Africa.
No craddle.
No ground.
No source.
No belonging.
Yet I'm alive,
and pumping,
and kicking,
and steaming,
and lost.

The absence of reasoning
trapped in a thought.
A life with no body
absurdly living in a dead world.

sábado, 27 de outubro de 2012

A Águia, esboço 1


Sobrevoa a noite uma aguia real
perscrutando a pulsação da terra.
E o seu olhar, como flechas de ouro,
fixa a realidade palpável do momento
distinguindo o chão das sombras.

Quero seguir esse caminho dourado;
pisar esse chão, aprender-lhe a textura,
cheirar-lhe o perfume e a temperatura...
saber os caminhos, distingui-lo das sombras,
dos mitos, dos egos e outras fantasias.

Quero estender as asas, conhecer as penas;
observar o vento e o seu impulso,
e um dia, quem sabe, num sopro de alento,
do apoio forte desse chão sem susto
erguer também o meu voo, e saudar a Vida.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Este, pelas razões óbvias, e depois vou-me embora, prometo! :-)

Mais Esperanza... :-)

...mas é que esta é Mesmo Imperdível!! :-)

Jazz Ain't Nothin' But Soul (Betty Carter cover) live 2009


E este... é um programa de Tv inteiro..... Para ir ouvindo! :-) ...toca tb a Madeleine Peyroux...



...e fica tb o "Smile Like That" p rematar

:-)

...só mais esta: Tiny Desk Concert: ao min. 4:12 começa uma versão brutal do Midnight Sun só com contrabaixo e voz!!   (nota pessoal p mim: estuda, aprende!! :-))


...e uma versão do What a Wonderful World



Radio Song

...I'm an addict, I know....



e o teledisco oficial (não ponho em primeiro porque não é bem a forma como eu vivo esta música, mas... em termos de som, é Muito Bom...)



Enjoy! :-)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

E não resisto: Esperanza com Bobby McFerrin!!


hmmmm..........

..nova versão da música, ao vivo e com explicação

...é mesmo, uma carta de Amor à Amizade! :-)

A minha nova professora... :-)

Tenho uma prof nova, que é mesmo assim: uma Cinnamon Tree




Cinnamon tree, graceful and free,
We meet just once in a while 
but the spice in your smile is magic to me

Cinnamon tree, wise and sturdy
Your roots are firm in the ground 
to soak up what's around and make sweet seasoning
...

terça-feira, 12 de junho de 2012

A pedido


Olá... Aqui estou a escrever-te, como prometido. Embora sem nada a dizer. Esta tem sido uma semana cinzenta. Uma semana suspensa. As horas passam na sua sequência habitual, sem que com elas passe qualquer vida. Nenhuma existência, nenhum ímpeto. Apenas o tempo na sua marcha inexorável, apenas as horas. E a minha imobilidade perante elas, a minha impotência.
Entrecortando essa cortina cinzenta, rompem memórias mal semeadas, como cogumelos rebentando a terra. São fortes, gritantes, enraivecidas, inconformadas com a injustiça do que aconteceu. Do que deixei acontecer. Rasgam-me por dentro, coração peito e estômago, esfanicam-me os músculos em estertores trémulos até à inacção, torcem-me a face em esgares e sulcam-ma de lágrimas. Não há Paz. Há o que existiu, a beleza doçura e sabedoria do que existiu, e há o fim abrupto e sem aviso, o fim que eu não soube impedir, nem explicar a quem se viu partir assim. "Pensei que estava a ajudar" é a única frase que balbucio nesses momentos, e a que acorda em mim maior desprezo, maior raiva. Porque é uma desculpa estúpida. Porque eu devia ter sabido. Porque não há como repôr, como trazê-la de volta. Porque esta morte foi uma parede que se ergueu no meu caminho sem sentido, a tentar impedir-me de seguir obliviamente. Mas que me faz sentir, no fundo, a cada instante, que não mereço sequer poder seguir.



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quarta-feira, 6 de junho de 2012

...ainda e sempre, a Morte.


Porque é que a morte não me larga? O que é que ela me quer, raios? ...ensinar-me que não sou ninguém mas ao mesmo tempo que tenho de me respeitar mais, sob pena de irem morrendo por inacção minha os seres que mais amo?
Porque é que me deixei convencer? Porque é que a deixei ir, apesar de sentir que não devia? Sem sofrimento, sem doença aparente, sem qualquer preparação ou pré-aviso... Sobram demasiadas memórias pela casa, a impotência do que já se fez e não tem retorno, a inocência e devoção com que estes bichos acreditam em mim para os proteger. E eu a falhar-lhes, como em tudo.
Já não tenho forças para arrepiar a pulso todo o caminho que não fiz e tornar-me o que devia ter sido. Não parece sequer possível. E no entanto a vida anda nisto, a rebentar comigo para cima e para baixo, como se me quisesse fazer uma massagem cardíaca extrema para me acordar do meu torpor desalentado... e eu gostava que funcionasse, a tal massagem, mas já devo estar tipo cadáver a observar de fora as voltas da minha existência e a pensar incrédula "porquê? para quê tudo isto? ...eu podia tê-la ajudado, se tivesse sido o que não fui. Mas não fui, não sou... então porquê insistir nessa ideia? Para quê continuar a confrontar-me com desafios que não posso vencer? Porque é que não desistes simplesmente de mim e páras de fazer sofrer tudo e todos com as minhas falhas?"
E dito isto, o cadáver que sou regressa ao seu buraco-túmulo, até que um outro sonho qualquer o volte a puxar para cima, só um pouquinho basta, para que a vida possa voltar a atropelá-lo com alguma emoção avassaladora, e a dizer-lhe "it isn't over yet". E infelizmente, é verdade.


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quarta-feira, 9 de maio de 2012

O pardal

Monday, April 30, 2012 at 16:36

Há muito mais heroísmo numa morte lenta. E eu não sou cobarde. Quando vier, hei-de aguentá-la ao seu tempo, consciente da passagem, consciente do meu papel aqui, do meu percurso e direcção, do meu impacto nos outros, da minha natureza. Consciente, feliz, e a aprender, sempre.
O pardalito caiu do ninho. Por dentro, nenhum dos seus órgãos aguentou a queda. Havia sangue por todo o lado naquele corpinho arquejante. As dores só por si chegariam para me prostrar... mas ele continuou a lutar pela vida. Pouco se mexia, mas estremecia a cada dentada do batalhão de formigas que começara a devorá-lo vivo. Limpei-lhas, mas percebi que estava em sofrimento. Que não sobreviveria. Estávamos prestes a partir, mas não podia deixá-lo ali a ser devorado vivo... E não podia trazê-lo para as acidentadas pistas que iríamos percorrer... Não me ocorreu que ele preferisse morrer devagar e naturalmente. Quis ajudá-lo, impedir aquela tortura gratuita. Mas não sabia como matá-lo de forma rápida e indolor. Tentei afogá-lo, durante um eterno minuto. Quando sentiu a cabeça fora de água, agitou-se de novo. Segundo mergulho. Mais longo, até o meu coração rebentar. Sairam-lhe bolhas de ar pelas narinas. Aguentei mais um pouco. Quando saiu da água, abriu o biquinho... e desabei. Como é que te vou ajudar, pardalito? Dei-lhe colo, a ele e ao irmão maiorzito que também caíra, e por momentos o mundo voltou a fazer sentido. Soprei as formigas que restavam nos seus corpos e que iam começando a afastar-se, sentindo a minha presença. Mas continuava sem saber o que fazer. Os carros estavam quase todos prontos para a saída. Passou o Acácio e ofereceu-se para os matar, com uma centelha de prazer nos olhos que me pareceu estranha, desadequada. Neguei, mas acabei por achar que era a melhor forma de terminar rapidamente com o sofrimento... e disse que sim. Ele ficou com o maior e deu o meu pequeno lutador ao Marco: "Um para mim, outro para ti." Foram segundos até me entregar o corpinho inerte do pardalito maior. Já frio... como é possível? Já desabitado. Acarinhei-o e devolvi-o ao canteiro das formigas. Fui ter com o Marco, que comprimia com visível aflição a carótida do pequeno lutador. E ele continuava vivo... "Já deve estar..." disse-me o Marco, o olhar em desespero. O coração dele também já não aguentava mais. Concordei e fiquei com o pequeno nas mãos de novo. Senti de repente toda a aflição por que passara na última hora. Senti o desejo que tinha de crescer e voar. E por momentos quis dar-lhe a minha vida. Tenho a certeza de que a aproveitaria bem melhor do que eu...
Foi o segundo bicho a ensinar-me a morrer com dignidade. Tentei tranquilizá-lo, dei-lhe todo o meu carinho e amor e aninhei-o num tufo de ervas mais altas, procurando conquistar tempo às formigas, mais uns minutos de morte sossegada. Esperando que fossem suficientes. Corri, já o último carro saía o portão, fazendo de conta que me esqueceria, que a morte de um pardal não tinha qualquer importância, como dizem... Mas sentia, ainda sinto no coração, o peso daquela morte. O que aprendi com ele, poucas pessoas o conseguiriam ensinar, e raros são os que o entendem. E sei que nunca o vou esquecer. Só espero um dia vir a estar à sua altura...

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

La soupe au chou fleur et marrons...


...avec des petites tâches de soja! Qu'elles sont belles...

:-) podia-me dar pra pior a falta de sono... lol

Maindku

A língua é um órgão frio.
Escalda-se,
Incha,
Entramela-se,
Lateja...
Queima-se, porque o quente não é com ela.
Não, ela é fria e calculista,
e apesar de o corpo passar o dia a cobri-la de beijos
ela afia-se e diz tudo o que ele não sente,
a mando da mente...

Já o coração é um órgão quente.
Palpita
Arqueja
Hesita e quase pára...
Sente frio e quebra,
porque o frio não é com ele.
Não, o coração é um órgão quente.
Não dissimula, não esconde,
todo ele é entrega.
Está mais perto da vida...
mas, não sei porquê, não vinga.

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Haiku

Café
Quente
Escalda
Língua

Mentira
Fria
Estilhaça
Coração

Lisbon
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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sobre Anjos com Fome, em cena no Meridional

A vossa coragem trespassou-me
E o sangue rolou como lágrimas na pele arrepiada
Limparam-me as lágrimas com beijos
E os beijos fugiram pelo ar como bolas de sabão
Rebentaram _ PUM! _ plic...
"Deixa" disseram alguns "eram apenas sonhos..."
Mas eu sei que não.

Pequenos poderes,
Tirania,
Paixão, Amor
Inocência e entrega
E essa vontade cega de acreditar no invisível
como uma cicatriz interna que lateja.

OBRIGADA
pela Coragem
pela Entrega
pela Beleza
pela companhia.

Lisbon
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